Por incrível que pareça, tudo começou nos tempos do regime militar.
Isso mesmo. Basta pegarmos as manchetes de todos os jornais e revistas de 64 para atestarmos um apoio em massa aos militares, não apenas da população, como de toda a grande mídia.
Mas, esse período chegou ao fim 21 anos depois com uma imprensa já totalmente tomada pelos esquerdistas.
Isso porque os militares cometeram (sem querer) 3 erros básicos que provocaram esse destino. São eles:
• A Emenda Constitucional nº 9 de 22/07/1964:
Trouxe a alteração de uma lei criada nos tempos de Getúlio Vargas que conferia uma série de isenções fiscais às 3 categorias de maior influência no senso comum: jornalistas, professores e escritores.
Mexer com isso, embora seja uma medida justa, despertou o ódio imediato dessas 3 classes, que, do dia para a noite, se viram extremamente prejudicadas e deixaram que isso se refletisse no tom das críticas.
• O decreto-lei nº 972 de 1969;
Trouxe a exigência da sindicalização da classe jornalística no país.
Porém, como os sindicatos ainda eram muito pequenos naquela época, o PCdoB (!) se voluntariou para ajudar na tarefa. Manobra que colocou na mão dos comunistas todo o poder de indicar esquerdistas para as melhores vagas, boicotar conservadores e aplicar um filtro que mudou totalmente o perfil da classe no país.
• A estratégia no combate à guerrilha.
Esse é curioso, pois contradiz a ideia que nós temos de que os militares combateram a esquerda. Não. Os militares combateram uma ALA radical da esquerda que estava envolvida com a guerrilha.
Eles entendiam que a esquerda poderia existir se ela se submetesse ao jogo democrático e, para isso, deixou aberta a porta das instituições culturais para que os esquerdistas tivessem um escape e pudessem escolher a carreira intelectual, em detrimento da luta armada.
Assim, os revolucionários, sem saída após perder a guerra física, migraram para a estratégia gramsciana da guerra cultural, onde a imprensa tem um papel preponderante.
Essa é a trágica sucessão de fatos ocorridos anos 60/70, que transformou o nosso jornalismo num mero departamento de marketing da revolução.

Pedro Delfino é especialista em História da Civilização Ocidental e História da Igreja Católica; autor do livro Mentalidade Atrasada, Nação Fracassada (que aborda temas como História, Filosofia e Política); do Curso de História Geral da Civilização Ocidental, do Curso de Excelência Catholica, do livro Via Sancta e é co-Fundador do Movimento Brasil Conservador.
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