Há pouca gente no debate público brasileiro, seja na grande mídia, seja nas redes sociais, com o preparo necessário para lidar com uma situação tão complexa quanto a que está se desenrolando na Ucrânia. Portanto, tomem muito cuidado com as informações nos próximos dias.
O esforço de guerra sempre passa pela propaganda, pela desinformação e pelo uso de outros instrumentos de manipulação com a finalidade de influenciar opiniões, emoções, e atitudes para precipitar a rendição dos adversários e alcançar outros objetivos militares e políticos.
Basta uma rápida consulta às redes sociais ou ao comentário jornalístico para encontrarmos erros factuais sendo reproduzidos, peças de propaganda sendo replicadas como informação, desinformação fundamentando opiniões supostamente sérias, vídeos falsos, fotos falsas, etc.
É hora de fazer economia de opinião, buscar compreender a situação em termos factuais em vez de agir como se estivéssemos falando de futebol ou de BBB, e agir com cautela, orientando-nos pelo primado do direito internacional e não pelas preferências políticas do momento.
Tomem cuidado, sobretudo, porque os impactos do que está acontecendo podem ser muito nocivos para o Brasil, afetando nossa vida cotidiana, através dos preços de combustíveis e de alimentos, e o poder relativo do Brasil como celeiro do mundo e potência de médio porte.
O Presidente e o Estado Brasileiro estão acompanhando a situação de perto e envolvidos na busca de soluções em linha com a tradição brasileira de defesa do primado do direito internacional, sobretudo os princípios da não intervenção, da soberania e da integridade territorial.

Filipe G. Martins – Professor de Política Internacional, Analista Político e Assessor Especial da Presidência da República
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