A polêmica cena humorizando a pedofilia reacendeu o debate sobre os limites da arte. Afinal, como saber onde termina a fronteira de um justo cancelamento e começa a do moralismo politicamente correto?
Muito simples. Se o que o artista produz é uma *obra* de arte, isso significa que o produto da sua atividade está diretamente ligado à FORMA como isso se apresenta. A mesma questão pode ser retratada por dois filmes e, num deles, ter uma representação de fato artística e noutro não.
O John Howard Lawson, diretor da escola de roteiristas de Hollywood, ensinava: “Não façam um filme abertamente comunista, façam filmes normais que contenham uma mensagenzinha revolucionária”.
Precisamos ficar atentos a isso, pois, é nas sutilezas da trama que o imaginário das pessoas vai se corrompendo pelos valores subversivos da “arte” moderna.
A questão da pedofilia PODE ser retratada em filmes, mas, não em um filme para crianças e em tom de brincadeira. Esse é o problema aqui.
Um cineasta responsável, que quiser prestar um serviço de utilidade pública, dando visibilidade ao tema, o fará da seguinte maneira: um filme para adultos, com o objetivo de despertar os pais para esse perigo, e de uma *forma* chocante para marcar o imaginário de quem assiste com uma pequena amostra do trauma que isso é para a vítima.
Quando, porém, você se dirige a crianças, fazendo graça e normalizando o assunto, você não está contribuindo em nada, porque:
1) crianças não são responsáveis por si mesmas; e
2) elas não saberão separar as coisas.
Ao contrário, você estará apenas plantando a sementinha da curiosidade na cabeça delas.
Se um dia algo assim acontecer, ela não se escandalizará tanto, afinal, o seu inconsciente já possui uma referência àquilo, que foi, inclusive, assimilada num momento em que ela estava aberta e se divertindo em um filme supostamente “engraçado”.
Sim, a arte tem limites. Principalmente, quando ela é voltada às crianças. Pois, se a grande maioria dos adultos não percebe a malícia com que os filmes tentam nos influenciar para o mal e a GRANDE capacidade deles em moldar nossos comportamentos, com as tais “mensagenzinhas revolucionárias”, imagine então as crianças vendo isso…

Pedro Delfino é especialista em História da Civilização Ocidental e História da Igreja Católica; autor do livro Mentalidade Atrasada, Nação Fracassada (que aborda temas como História, Filosofia e Política); do Curso de História Geral da Civilização Ocidental, do Curso de Excelência Catholica, do livro Via Sancta e é co-Fundador do Movimento Brasil Conservador.
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