Guerra Cultural Será que o bem realmente sempre vence no fim?

Será que o bem realmente sempre vence no fim?

"Eis uma verdade para a qual muitos não estão preparados! As escrituras são claras ao afirmar que nós, cristãos, somos herdeiros do reino dos céus e que, aqui na terra, não passamos de estrangeiros em peregrinação", revela Pedro Delfino em novo artigo

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Sim. O bem sempre vence no fim. Porém, tome cuidado com o que você entende por “fim”. De que momento estamos falando exatamente? A resposta para essa pergunta pode mudar toda a nossa concepção das coisas. Isso porque existem pessoas que teimam em afirmar que o bem sempre vence no fim e que, por isso, não é preciso se preocupar, chegando ao cúmulo de pedir mais “otimismo” ou “esperança” daqueles que simplesmente estão a analisar o triste desenrolar dos fatos no mundo atual.

Ser pessimista é esperar o pior de cada situação; já ser realista é estar com a mentalidade alinhada com o que cada situação realmente exige, seja ela boa ou ruim. Curioso é pensar que o mau entendimento sobre a vitória final do bem pode formar, na pessoa, uma ilusão de ser mais espiritualizada que os demais, por ter, supostamente, uma fé mais forte e inabalável. Mas não é o caso. O que essas pessoas têm é uma boa de uma muleta para apoiar a sua preguiça: afinal, se a vitória do bem já está garantida, então posso relaxar e ficar tranquilo.

Ora, dos doze apóstolos de Jesus, DEZ morreram como mártires. Dos 30 primeiros Papas da Igreja, 26 morreram sob doloroso martírio. O próprio Deus encarnado foi crucificado e morto. Do antigo Oriente cristão, nada sobrou além de um vasto domínio islâmico após a destruição das igrejas e o massacre dos povos. Do Reino de Israel, instituído por Deus, resta apenas as ruínas. O Templo de Salomão? Desapareceu. A Europa Cristã? Abraçou o ateísmo. A América Cristã? Progressista. Tijolo por tijolo, a civilização se desmonta na nossa frente, sem dar indícios de que possa se recuperar.

Com certeza, o fim terreno para todas essas pessoas e lugares não foi nada “vitorioso” e, caso as esperanças de consolação delas estivessem depositadas nesta vida e não na próxima, certamente teriam tido uma baita frustração para com Deus.

O último livro da Bíblia fala sobre os tempos difíceis que iremos passar e, nos evangelhos, Jesus disse claramente: “no mundo tereis aflições”, “pegue a sua CRUZ e me siga”. Portanto, eu não sei da onde que as pessoas tiram esse cristianismo arco-íris que não está escrito em lugar algum. Se alguém te prometeu que seria fácil — sinto lhe informar —, mentiu!

O que acontece é que esse “fim”, capaz de dar esperança a muitos, faz referência à vida eterna! O bem vencerá no fim, de fato, mas essa consolação virá após a morte. Não aqui na terra! Quem fica de braços cruzados esperando uma intervenção divina baseada na confiança de que o bem vencerá, está se enganando. Lembrem-se: “Nós somos cidadãos do céu” (Fp 3,20); “Estes são os que se declararam peregrinos na terra em que habitavam” (Hb 11,13).

As escrituras são claras ao afirmar que nós, cristãos, somos herdeiros do reino dos céus e que, aqui na terra, não passamos de estrangeiros em peregrinação.

Isso nos diz que, pelo contrário, enxergar a circunstância tal como ela se apresenta não é falta de fé, esperança ou de otimismo, mas a MAIOR demonstração de fé, esperança e otimismo possível, uma vez que ela está baseada inteiramente na certeza do cumprimento das profecias bíblicas e na salvação do mundo que está por vir.

Sendo assim — e só assim —, torna-se compreensível a guerra cultural/espiritual que travamos. Pois, se a vitória final nos servisse de garantia de que tudo ficará bem sob a terra, então nada precisaríamos fazer pela salvação das almas. Contudo, é justamente porque os tempos da parusia se aproximam, que precisamos nos engalfinhar com o espírito de perdição que paira sobre nós a fim de subtrair do inferno o maior número de almas possível, ENQUANTO AINDA HÁ TEMPO.

Os sinais estão surgindo aos poucos e foi Cristo mesmo quem alertou: “Porque haverá então grande tribulação, como nunca houve desde o princípio do mundo até agora, nem jamais haverá. (…) Aprendam a lição da figueira: quando seus ramos se renovam e suas folhas começam a brotar, vocês sabem que o verão está próximo. Assim também, quando virem todas estas coisas, saibam que o dia está próximo.” (Mt 24).

O cristão deve sempre entender as profecias do Apocalipse com felicidade, porque elas anunciam a segunda vinda de Nosso Senhor. No entanto, essa felicidade se justifica apenas para os que serão salvos, uma vez que a volta de Cristo virá a separar definitivamente o joio do trigo; e, para ser contado entre os salvos, é mandatório que não coloquemos essa vida terrena à frente da vida eterna como agem os relaxados adeptos do “tudo vai ficar bem no fim”.

Milhões de almas estão prestes a serem lançadas eternamente ao inferno e o sujeito está tranquilo porque acredita que será salvo. Ora, nunca vi santo mais individualista. Todos esses condenados são criaturas de Deus, que sofrerá profundamente pela perdição de cada um deles. Olhando assim, ainda conseguem crer que “ficará tudo bem”?

O mínimo que podemos fazer é assumir o duro fato de que muitíssimas pessoas amigas e amadas por nós nesta vida NÃO chegarão ao céu, tomar partido de vez nesta cruzada celeste e tentar ao máximo diminuir os danos acumulados pela humanidade por séculos de rejeição a Deus. Essa não é uma mensagem alegre e gostosa de se ouvir — eu sei —, mas é a realidade. Ouça quem quiser!

Pedro Delfino é especialista em História da Civilização Ocidental e História da Igreja Católica; autor do livro Mentalidade Atrasada, Nação Fracassada (que aborda temas como História, Filosofia e Política); do Curso de História Geral da Civilização Ocidental, do Curso de Excelência Catholica, do livro Via Sancta e é co-Fundador do Movimento Brasil Conservador.
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