Muitos perderam pessoas amadas nesses tempos. Pessoas que lhes eram preciosas no particular, na sua intimidade, mas nós não ficamos sabendo de suas perdas particulares. Não acompanhamos a rotina que precedeu essas perdas. Não soubemos como a família se sentia. E nem fazemos ideia do que deixaram para trás aqueles que se foram.
Mas, perder Paulo Gustavo, logo esse cara? Expurgou das casas brasileiras o choro reprimido entre quatro paredes. Trouxe a público, de uma só vez, a dor de todas as famílias que sofreram na sua intimidade.
Tornou visível o sofrimento de todos de uma forma cruel e dolorida, pois, ao acompanhar tudo que ele passou, tudo o que a família tem passado, entendemos melhor, também, todos que sofrem nesse momento e o quanto tudo isso tem nos tirado a esperança. Fez pessoas reviverem suas dores, trouxe os medos de todos nós pra luz, tirou tudo de debaixo do tapete.
Fez as pessoas, por um minuto que seja, esquecerem suas diferenças, suas crenças, suas opções pessoais, políticas. Fez aqueles que julgam as opções alheias se reunirem em oração, deixando de lado suas sentenças e diferenças, em um mesmo propósito.
Fez a gente ser “humano” só por um minuto. E lembrar o quanto somos frágeis, vulneráveis e finitos. Até as forças da natureza, como foi Paulo Gustavo, têm um fim.
Fim? Não fomos feitos para aceitar a finitude. Fomos criados por aquele que é eterno e nos fez igualmente para a eternidade. A morte é só uma pausa.. o legado que deixamos determina nossa extensão aqui na terra. Jesus deixou um legado que perdura geração após geração.
E é por causa do seu legado que seremos eternos. E por falar em legado, precisamos construir o nosso, dia após dia. Que triste seria passar por essa vida sem fazer falta após a partida.
É, Paulo! Ironia do destino que o cara que mais fez esse país sorrir seja justamente o que hoje faz todo mundo chorar..😔

Raquel Cardoso (Colunista) É uma diletante e entusiasta da escrita, imprimindo uma nova perspectiva sobre a vida através de suas crônicas.