Ouvir os dois lados sem a interferência de mídias enviesadas – que os faz crer (ou “fingir crer”) apenas no que é de interesse para um lado, utilizando por vezes de questões aleatórias disfarçadas de política – deveria ser a base moral das pessoas interessadas na verdade.
No cenário atual, percebe-se que muitos ainda se atêm apenas por um viés e, tristemente, aceitam cegamente o que é propagado por apenas UM lado da narrativa, geralmente aquele que anseia pelo retorno do suporte financeiro estatal e permissão para doutrinar crianças e adultos com suas ideologias, seja de gênero, seja de segregação social ou de fim da família tradicional. Acreditam que isto deve acontecer e ponto, não tentam ver o outro lado da história, se isso realmente é bom ou não, inclusive para eles!
Resumindo: deixe sua opção política de lado para friamente analisar fatos.
Por exemplo, é sabido que a esmagadora maioria dos acometidos por COVID-19, a enfrentam de forma levíssima, muito branda. Claro que casos pontuais de saudáveis acabam se complicando – como qualquer, REPITO, QUALQUER DOENÇA – mas a esmagadora maioria de casos que evoluem e chegam a óbito é de quem carregava alguma doença ou condição pré-existente, como obesidade. Cito a obesidade como exemplo, pois ela é desencadeadora de diversos fatores de risco, como hipertensão, AVC e outras cardiopatias. Mas o que se vê em contrapartida no mundo é uma campanha de “Health at Every Size (HAES)” – saúde em todos os tamanhos.
Óbvio que você pode e deve ser feliz da forma que se sentir melhor; porém, campanhas que incentivam você a continuar como quer, mas que não alertam dos riscos que sua escolha trazem para sua saúde? Isto é a cegueira seletiva. Ao não olhar o outro lado, em vez de parar e analisar os dados de óbitos por obesidade, estes grupos apenas pegam a campanha HAES e atacam quem não concorda… A campanha teria mais validade se simplesmente mudasse para Happy at Every Size (“feliz em todos os tamanhos”), o que seria mais sincera e estimularia, inclusive, um ganho de saúde!
Dito isso, o que governos estaduais e municipais fizeram? Restringiram horários de academias e atividades físicas, restringiram parques e praias onde inúmeras pessoas realizam caminhadas, por exemplo. Se você for racional, poderá “até” pensar que prefeitos e governadores querem mesmo que os casos se agravem pela falta de atividade física e de exposição ao sol, visto que são atitudes que DIMINUEM o impacto, não somente do covid, mas de diversas outras doenças. Isto pode ser levado para todos os campos, como os ataques que fazem ao governo Federal, no combate ao COVID.
Logo no início da doença no Brasil, a recomendação do então Ministro da Saúde, Luiz Henrique Mandetta, era de “fique em casa e só procure atendimento médico ao sentir falta de ar”, algo que se verificou completamente errado. Sabe-se lá quantas vidas seriam salvas se essas pessoas tivessem procurado assistência e tido direito a um tratamento precoce já no início dos sintomas. Mas você vê críticas à aquele posicionamento dele?
Por sinal, esse é outro ponto. Quantas vezes você viu a mídia veicular manifestações de Bolsonaro pelo tratamento precoce? Inicialmente, com a hidroxicloroquina, mas também com reposição de vitamina D e depois ainda com a Ivermectina? Inúmeras, certo? E o argumento da mídia tendenciosa, aquela que busca, não te informar, mas te fazer de militante, era sempre o mesmo: “Mas e os estudos? E a ciência?”
E em quantos jornais, revistas ou emissoras de rádio e TV, você viu que em 23 de fevereiro deste ano, um movimento chamado Médicos pela Vida veiculou um manifesto com mais de duas mil assinaturas de médicos a favor do tratamento precoce com uma série de medicamentos (dentre eles, a vitamina D, a ivermectina e, para sua surpresa, a hidroxicloroquina), para evitar que os pacientes cheguem aos estágios mais graves da doença? E com um detalhe – especialmente para quem gosta de repetir “mas e a ciência?” – uma das pesquisas se baseia no American Journal of Medicine, uma das mais respeitadas publicações médicas do mundo.
A vacinação é certamente um dos pontos mais comentados no momento. Mas o que vemos são pessoas não desinformadas, mas mal-informadas mesmo, utilizando argumentos vazios e sem sentido para atacar o governo federal e até para exaltar quem as proíbe de trabalhar.
Veja se você nunca ouviu essas frases:
“O Bolsonaro tinha que ter liberado antes a vacina”.
“O Dória se antecipou e programou antes do Governo Federal a vacinação”.
“O Presidente não quer que tomemos vacina”.
Elas estão tão lateralizadas que a pessoa nem para pra pensar – ou pesquisar – que quem autoriza e libera as vacinas é a ANVISA, um órgão INDEPENDENTE que teoricamente não sofre interferência do governo federal. Mas você provavelmente não viu na mídia tradicional quando (ainda antes das vacinas serem aprovadas) Bolsonaro falou a respeito de TODAS AS VACINAS: “Se passar pela ANVISA, compra, inclusive a chinesa (CoronaVac)”, o que acabou se concretizando.
Você também não deve ter visto em rede aberta de televisão que o governo federal já tem contratos assinados para aquisição de praticamente 400 milhões de doses de vacina, mas com certeza viu que sua cidade/estado encontra-se em fases coloridas a gosto de seu governador, que no caso do Rio Grande do Sul, define até o que você pode ou não comprar, por exemplo.
Ainda sobre a vacinação, não acham interessante que após as vacinações iniciadas, inclusive da segunda dose em alguns grupos já ter sido aplicada, os números estarem aumentando, segundo os governantes que insistem em lockdown? Amigos, não estou afirmando nada, mas pelo menos se deem o benefício da dúvida! Busquem as informações e pensem por si!
Quanto a essa ceifada na liberdade, em que governos estaduais e municipais ditam o que é atividade essencial ou não, esquecem que o ficar em casa não adianta para muitos. O vendedor de milho ou pipoca, que trabalha na porta da escola e ganha seu dinheiro de manhã para a família poder almoçar, e de tarde para poder jantar; os que alugam quiosques para servir açaí, ou que fazem manutenção em aparelhos celulares e dependem do dinheiro circulante para conseguir honrar suas dívidas… É muito bom ficar em casa quando se tem condição para tal. O que não pode é você querer obrigar quem não tem a ficar também. Abra os olhos, volte a enxergar essas pessoas!!!
“Atividade essencial é toda aquela necessária para um chefe de família levar o pão para dentro de casa!”.
Entenda esse lado, não utilize da sua CEGUEIRA para este assunto. Se a pessoa está indo para as ruas, ela com certeza está ciente dos riscos – afinal, não se fala em outra coisa – e mesmo assim está disposta a buscar o sustento do lar! Se os estados e municípios estivessem mesmo preocupados com você, com sua saúde, eles mandariam você ficar em casa, mas isentariam você de seus impostos e mandariam uma cesta básica a cada semana, dez ou quinze dias; enquanto não fazem isso, é só teatro político para te levar à depender de um estado maior e atacar quem pode atrapalhar este plano.
Antes de tomar uma decisão sobre o que é passado a você via rádio, televisão ou internet verifique se estas fontes são informativas ou militantes. Se ela busca receber dinheiro do estado (ou está ressentida porque a fonte secou), já é um bom termômetro pra saber que não é. Mais importante, se a notícia tenta falar o que você DEVE fazer sem te dar opção de concordar ou não, aí sim você já sabe que ela não serve para te informar, mas para te doutrinar.
Não seja desonesto com você, abra os olhos e grande abraço.

Henrique Gustavo (Colunista) É administrador de empresas e trabalha no setor farmacêutico. Também é hipnoterapeuta e pensador. Nas horas vagas, estuda o setor financeiro, ajuda pessoas com problemas e passa tempo com a família.