Guerra Cultural Nazismo, totalitarismo e cultura do cancelamento

Nazismo, totalitarismo e cultura do cancelamento

"Tentaram fazer isso comigo, apesar de minha ascendência judaica e da minha proximidade pública com Israel, numa brutal tentativa de assassinato de reputação e eu não apenas fui inocentado pela justiça como processei e sigo processando, com êxito, cada um dos meus acusadores", diz Filipe G. Martins em artigo

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Os nazistas foram responsáveis por atrocidades e monstruosidades horríveis. A tentativa de exterminar o povo judeu; as técnicas brutais adotadas nesse extermínio; e uma série de outros males colocam o Nazismo no rol dos maiores flagelos que já se abateram sobre a humanidade.

Por isso, afirmar que uma pessoa é nazista de forma injusta e irresponsável é marcá-la, maliciosamente, com toda uma carga semântica que remete às maiores atrocidades da história e coloca na cabeça do público que o acusado merece ser alvo de todo tipo de ataque e agressão.

Esse tipo de acusação é gravíssimo, pois não apenas banaliza o sofrimento inominável das vítimas do Nazismo, em nome de um oportunismo político tosco e abjeto, como também é, no limite, uma forma de incitação à agressão e até ao assassinato da pessoa injustamente acusada.

Foram essas táticas de rotulação infamante e de demonização que criaram a atmosfera propícia para que Adélio atentasse contra a vida do Presidente Jair Bolsonaro com uma facada, fato tratado como motivo de piada por muitos dos que, até hoje, rotulam seus adversários de forma maliciosa.

Foram essas táticas também que permitiram que um homem fosse brutalmente torturado e degolado pelo simples fato de declarar apoio ao então candidato Jair Bolsonaro, que era e segue sendo rotulado, inclusive por autoridades, com rótulos absurdamente caluniosos como “genocida”.

Há centenas de outros casos como esses, com diferentes níveis de gravidade, infelizmente nem sempre tratados com a devida seriedade e frequentemente ignorados pela grande mídia.

Diante disso, há que se ter muito cuidado com quem reduz um episódio monstruoso da história a um porrete retórico a ser usado maliciosamente por motivações políticas, atitude que é agravada por ser reprodução de uma das táticas nazistas: a demonização de seus “oponentes”.

Se você é falsamente acusado de um crime, seja ele qual for, ou de algo tão abominável quanto nazismo e racismo, você não tem que argumentar, tentar se defender ou apaziguar seus agressores, você tem que denunciar o caráter assassino do que eles estão fazendo e processá-los.

Tentaram fazer isso comigo, apesar de minha ascendência judaica e da minha proximidade pública com Israel, numa brutal tentativa de assassinato de reputação e eu não apenas fui inocentado pela justiça como processei e sigo processando, com êxito, cada um dos meus acusadores.

Essa era a única reação possível diante da indignação e da revolta de ser falsa, e maliciosamente, acusado de algo que eu abomino e sempre combati, seja por meio de um trabalho de conscientização, seja por meio do meu trabalho no governo para aproximar o Brasil de Israel.

O Nazismo, como toda ideologia totalitária, deve ser repudiada de forma irrestrita e contínua, sem ressalvas que possibilitem seu florescimento. Por isso mesmo, não podemos permitir que essa banalização continue. Afinal, se tudo é nazismo, nada é nazismo.

Pior: essa banalização faz pouco do sofrimento das vítimas e sobreviventes do Holocausto, equiparando-o a banalidades do dia-a-dia, e carrega em si o desejo de remover oponentes do debate público, assassinando-lhes a reputação e transformando-os em possíveis alvos de agressão.

Não podemos enxergar apenas a segunda realidade das ideologias, onde uma guerra política total e permanente está sendo travada; é necessário lembrar dos seres humanos envolvidos nessa loucura todas; lembrar que por trás dessa disputa de cancelamentos há pessoas de carne e osso, com famílias de carne e osso, que podem ser destruídas de verdade em razão de acusações e rotulações levianas.

Condene e denuncie quem efetivamente prega e promove o Nazismo. Condene e denuncie quem prega e promove qualquer tipo de ideologia totalitária. Condene e denuncie, também, quem banaliza o Nazismo e o sofrimento de suas vítimas para destruir adversários e obter ganhos políticos.

Filipe G. Martins – Professor de Política Internacional, Analista Político e Assessor Especial da Presidência da República
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