Qual a essência do Multiculturalismo?
Diversas culturas todas sendo respeitadas na sua essência, não existindo um certo ou um errado nos costumes e muito menos ainda não existindo o que se poderia chamar de cultura superior e/ou de cultura inferior. O mesmo é reproduzido na religião, não existindo religião superior e outras inferiores.
Todas as culturas e religiões teriam um mesmo patamar social de importância. Cada cultura teria “vida” em seu próprio “habitat” ou no seu próprio gueto cultural.
O multicultural sempre despertou nas mentes dos intelectuais e, principalmente, dos intelectuais alternativos um certo fascínio de que todas as culturas e religiões poderiam conviver pacificamente umas com as outras num mesmo ambiente (na minha opinião isso é completamente utópico).
Para Gramsci, assim como para todos os globalistas no nosso tempo atual, o multiculturalismo seria o caminho para no futuro fazer do mundo como um só e das pessoas como um só povo. Ou seja, um só mundo, um só povo, uma só nação, uma só cultura, uma só religião e de preferência com nenhum deus (a letra minúscula é de propósito).
Bom… voltando ao multiculturalismo. A tática gramscista do multiculturalismo é permitir absolutamente tudo e todos no mundo da cultura, dos costumes e da religião. Seria uma permissividade geral, uma tolerância absoluta. Mas com um intuito apenas: a destruição da cultura, lógica e filosofia ocidental greco-romana e da cultura e religião judaico-cristã.
Esse é o tripé civilizacional mais sólido já existente de todos os tempos neste mundo: Grécia, Roma e Israel.
Para Gramsci esse “tripé” é a tese. E a tese contrária ou antítese é e são todas as outras culturas, costumes e religiões contrárias ou concorrentes ao “tripé” ocidental.
E a síntese seria sabe-se lá o que… até hoje isso não foi alcançado (ainda bem) e ele (Gramsci) nunca disse o que seria colocado no lugar da tese ocidental. Toda essa questão “raciocinante e delirante” advém do pensamento de Hegel, mas isso é um outro assunto. O que na cabeça de Gramsci e na maioria dos comunistas como ele era que, a partir daí poder-se-ia ter um “mundo único” sem disputas entre as pessoas, sem guerras gananciosas, fome, sem a prevalência de um sobre o outro etc e etc.
São conceitos que enchem os olhos da classe média e da classe acadêmica, não é?
Dentro desse espectro revolucionário de Gramsci o que importa é que no multiculturalismo não há e nem pode haver jamais valores cristãos, nem a moral bíblica e nem a cultura ocidental, todas representadas pela igreja retrógrada, antiquada, machista, misógina, fascista… bla bla bla… os conceitos de casamento monogâmico, família tradicional, educação clássica, tudo é visto como sendo uma conspiração contra as liberdades sexuais da mulher e a reprodução ad eternum de um modelo autoritário de família e sociedade. É como se os comunistas vissem o casamento, a família e a educação como uma espécie de “armação diabólica”, uma conspiração do homem e da igreja cristã para fazer da mulher uma espécie de sub humana escravizada com o fim apenas de atender aos ditames do marido e cuidar dos filhos.
Inacreditável quanta idiotice!!! Mas é mais ou menos essa ideia que você encontrará no “Manifesto Comunista”.
Na cabecinha oca dessa turma a família é o lugar onde nasce a exploração do mais forte sobre o mais fraco (mulher, filhos e empregados). É onde nasce a violência doméstica (haja vista os estatutos da mulher, da criança e do adolescente, lei da palmada e estatuto das empregadas domésticas e outras restrições legais). Mas o pior, é dizer que é na família tradicional cristã onde nasce o fascismo munido de homens cheios de uma “personalidade autoritária” (termo esse utilizado pelo frankfurtiano Theodoro Adorno em seu livro de mesmo título publicado na década de 50).
Com tais ataques mentirosos como esses é que se vai, ao longo do tempo, enfraquecendo o nosso “muro de contenção” até um dia cair de vez.
Como disse em artigos anteriores, o gramscismo encontrou, no Brasil, a maior e melhor receptividade dentre todos os países do mundo. Infelizmente os militares não se deram conta sobre esse ardil estratégico cultural da esquerda nas décadas de 60 e 70 e só se preocuparam com a guerrilha, com os atentados terroristas de grupos armados, com a economia, a infraestrutura, a Lei e a ordem. E deixou de lado a educação e cultura nas mãos adivinhem de quem? Dos marxistas! Um erro grosseiro sobre o qual pagamos um preço terrível até hoje com uma educação emburrecedora e doutrinadora da pior qualidade.
Na época dos militares, o Ministério da Educação em sua maioria, só tinha gente assim: marxistas multiculturalistas que cooptavam intelectuais, professores, poetas, literatos, novelistas, cineastas, articulistas, atores, teatrólogos, enfim, todo o mainstreaming artístico cultural da época. E acredite caro leitor, isso está assim até hoje, 2022. Mais de 60 anos de cultura artística advinda de artistas cooptados pela “cultura marxista”. Tendo ao seu dispor os “trabalhadores” do ramo artístico-cultural. Nada mais óbvio também do que ter a sua disposição as Universidades, as escolas, os teatros, as editoras de livros, revistas e jornais, as empresas fonográficas (música) etc e etc… E foi assim que muito facilmente se deu a implementação do “modelo marxista gramscista” esquematizado pelo próprio Antônio Gramsci de dentro de uma prisão há quase um século atrás. Incrível, não?
Pois bem, assim se deu a construção da hegemonia cultural tão sonhada por todos os esquerdistas do Brasil.
Mas qual o resultado efetivo disso tudo a partir dos anos 60?
Bem… agora vou escrever a lista de horrores culturais do nosso Brasil: ícones da MPB defendendo regimes totalitários e defendendo a soltura de políticos corruptos condenados e presos; cantores pagando micos obscenos e ridículos sobre o palco para manifestarem suas opiniões compradas, intolerantes e levianas; artistas de um modo geral, ou melhor, de um modo global, gravando vídeos hilários de tão ridículos defendendo teses politicamente corretas; professores dentro de sala de aula doutrinando e fazendo política ao invés de ensinar e, literalmente, oprimindo com gritos e intimidações físicas alunos adolescentes. Toda a classe jornalística tomada por profissionais completamente cooptados pelo “marxismo cultural”. E, por outro lado, temos um sistema educacional burro e falido, pais e mães desorientados na educação de seus próprios filhos, igrejas intelectualmente fracas para fazer frente à massa de militantes preparados e doutrinados rezando os ensinamentos de Gramsci e Marcuse.
Bom… a lista de horrores é enorme. Fiquemos só com essas. O que importa saber é que no Brasil Antônio Gramsci foi e ainda é um sucesso em sua proposta.
Espero que agora o Brasil tome conhecimento das intenções multiculturais que a esquerda tanto alardeia e fique ciente de seus objetivos e de seus métodos de infiltração e destruição da cultura ocidental e de nossa fé cristã.
Todas essas doidices que passam na televisão e nas mídias sociais tem uma origem, tem método e tem objetivo. Há um método para se alcançar a hegemonia cultural, ou melhor dizendo, há um método para se alcançar e tomar posse da hegemonia de sua mente.
<< Leia o artigo anterior: A Conquista Gramsciana da Hegemonia Cultural

João Carvalho (Colunista) – Economista pós graduado em gestão empresarial pelo CEFET-RJ
Contato: joaoctc2007@gmail.com
Instagram: joaoctcarvalho
Ótimo texto, fácil entendimento, próximo da realidade das pessoas, fácil identificar tudo isso no nosso dia dia, é um texto exemplificado em todo seu contexto.