Disse Chesterton, contemporâneo do movimento sufragista: “Elas estão praticamente dizendo que as mulheres podem votar sobre tudo, exceto sobre o sufrágio feminino”.
Existia uma forte resistência entre as mulheres em apoiar essa ideia, de fato, o que fica claro pela manifestação contrária das que estavam presentes na Convenção de Seneca Falls, em NY, marco inicial do movimento.
A maioria não queria votar!
Era assim porque a ideia de DIREITO, no Ocidente, sempre esteve diretamente ligada a de DEVER. Portanto, para cada direito que o Estado concedia, ele cobrava um dever correspondente.
No caso do voto, o dever correspondente era o de se alistar ao Exército e fazer o juramento de defender a pátria em caso de guerra. Era por esse motivo que os homens podiam votar! E, como mulher nenhuma queria se submeter a essa obrigação de dar a própria vida pelo país, elas dispensavam o direito que vinha em compensação.
É bom notar também que não eram todos os homens que tinham o direito ao voto, mas apenas um grupo seleto que cumprisse determinados critérios: o principal deles era ser militar e estar apto a defender o país.
Quando as sufragistas lançaram então as suas campanhas pelo voto feminino, elas o fizeram contrariando a própria vontade da maioria das mulheres e também a relação estabelecida entre direitos e deveres na sociedade. Elas queriam o direito, mas não queriam o dever!
Por causa disso, a proposta era absurda para época, mas o grupo fez tanto barulho que as autoridades cederam.
A icônica feminista, Simone de Beauvoir, admite em seu livro O Segundo Sexo: “A ação das mulheres nunca passou de uma agitação simbólica. Só ganharam o que os homens concordaram em lhes conceder. Elas nada tomaram, elas receberam.”
De fato, o direito ao voto das mulheres foi uma obra realizada por homens, que concordaram em conceder a elas um PRIVILÉGIO — e não “direitos iguais”, já que os homens nunca tiveram esse mesmo privilégio de poder votar sem se alistar.
Até hoje em dia, se o homem não se alista, a sua cidadania fica totalmente inviabilizada. Mas, as feministas não estão preparadas para essa conversa, assim como nunca estiveram para pedir por direitos realmente iguais…

Pedro Delfino é especialista em História da Civilização Ocidental e História da Igreja Católica; autor do livro Mentalidade Atrasada, Nação Fracassada (que aborda temas como História, Filosofia e Política); do Curso de História Geral da Civilização Ocidental, do Curso de Excelência Catholica, do livro Via Sancta e é co-Fundador do Movimento Brasil Conservador.
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