Não se pode falar de Sérgio Moro sem considerar todo o circo que ele tentou armar em 24 de abril de 2020. Naquele dia, ele não convocou a imprensa para anunciar sua saída do governo. Claro que não. Quantos outros ministros fizeram tamanho carnaval apenas para anunciar que não estão mais jogando no time? Quantos outros fizeram toda aquela presepada só para dizer que não querem mais trabalhar no governo?
Em poucas palavras, naquele dia 24 de abril, Sérgio Moro buscou dar um golpe definitivo no governo, achando que teria o apoio do povo para derrubar o presidente. No mesmo dia, minha família que é conservadora-raiz já tinha digerido todo aquele show e preparado pelo menos duas respostas aos que continuavam iludidos com o traidor.
Ao ser perguntado por um conhecido sobre o que achava do assunto, eu respondi: “Eu nunca gostei do Moro. E a gente votou no Bolsonaro. Ninguém votou no Moro”. Já meu pai, ao responder à mesma pergunta, respondeu algo como: “Se o Moro sabia que havia algo de errado e só saiu agora por causa dessa questão da indicação na Polícia Federal, ele é mau-caráter”.
De uma forma ou de outra, a maioria dos conservadores conseguiu enxergar além daquele teatrinho e passou a ver Moro pelo que ele realmente é: um progressista oportunista que se infiltrou em um governo de direita buscando a melhor ocasião para sabotá-lo, esperando herdar o apoio dos desiludidos. Mas Moro errou: ele errou ao subestimar a capacidade de julgamento do povo. Ele errou ao se achar maior do que aquele que o levou para a política (como eu disse, ninguém votou em Moro). E ele errou ao ser traiçoeiro com um homem honesto e correto.
Existe um ditado que infelizmente não é tão verdadeiro quanto podia ser, mas que parece ter funcionado nesse caso: “Aqui se faz, aqui se paga”. No dia da cerimônia de filiação de Sérgio Moro ao Podemos, um homem roubou a cena jogando moedas contra o ex-juiz, chamando-o de Judas. Esse ato teve mais destaque do que o discurso morno do traidor e que a projeção que alguns meios de comunicação quiseram dar ao evento.
Foi um ato simbólico, mas que reflete o que boa parte do eleitorado conservador pensa: Moro não é de direita. Ele é um progressista oportunista perfeitamente substituível por um Dória, um Alckmin, um Huck ou um Amoedo. É essa a realidade que alguns entusiastas do ex-juiz tentam não ver: Moro é mais do mesmo. Moro acabou de entrar na política, mas já está velho (não em idade, mas nos costumes e opiniões). E o povo está cansado disso.
E não adianta fazer sessões de fonoaudiologia e curso de oratória. Sérgio Moro não é rejeitado pelo modo como fala ou coisa do tipo. Ele é rejeitado por ter acusado Bolsonaro em falso sobre interferências na Polícia Federal. Ele é rejeitado por não ter defendido o povo contra os abusos dos governadores durante a pandemia. Ele é rejeitado por querer desarmar um povo que quer ter armas. Ele é rejeitado por não conseguir esconder seu progressismo morno e oportunista.
Resta saber se vamos assistir uma das lâminas da tesoura investir seus recursos em alguém que é visto como um traidor morno e sem carisma nas eleições de 2022. Espero que cometam esse erro, pois creio que Moro não consegue se eleger nem como senador. E você, o que acha da filiação de Sérgio Moro ao Podemos? Deixe sua opinião nos comentários e até o próximo artigo.

Henrique Guilherme (Colunista) É escritor e apresenta o programa O Patriota: A Voz da Resistência. Ele é economista, mestre em Administração Pública e hipnoterapeuta. Também é pós-graduado em Administração de Empresas, Biotecnologia, Matemática e História Militar. Guilherme é geek, patriota, de direita e, principalmente, cristão. Ele dedica sua vida a derrotar as forças do mal e criou a série de livros Guia do Patriota para ajudar todos aqueles que buscam fazer o mesmo