Vivemos em um momento extremamente decisivo e, para vencermos essa batalha, precisamos de um espírito congruente. Olhamos para a governança civil em Israel e verificamos que os sábios se colocavam nos portões das cidades, a fim de protegê-las.
Jesus nasceu em meio a muitas divisões de classes: bárbaros, citas, escravos e livres, judeus e gentios. No entanto, sua vida e entrega operam uma revolução, quebrando paredes de separação e hostilidades. Jesus vincula as classes, quando diz ao servo: serve ao teu patrão como ao Senhor, de todo coração. Ao mesmo tempo, diz ao patrão: cuidado como trata os seus servos, pois você dará contas disso a mim.
Ele opera uma sinergia de classes.
No entanto, o marxismo introduziu, novamente, uma luta de classes, que passou a ser o motor do mundo, produzindo muitas fragmentações. Tudo se polarizou.
O progressismo expandiu e a igreja, também, cresceu. Agora nos vemos em meio a uma verdadeira guerra de narrativas. Chegamos à overdose de informações, para permanecermos desinformados.
Contudo, precisamos de sabedoria para lutarmos as guerras certas e combatermos o bom combate da fé. Para isso, existe uma conversa importante, que Jesus teve com seus discípulos.
Vamos analisar esse texto:
Disse-lhes ele: E vós, quem dizeis que eu sou?
E Simão Pedro, respondendo, disse: Tu és o Cristo, o Filho do Deus vivo.
E Jesus, respondendo, disse-lhe: Bem-aventurado és tu, Simão Barjonas, porque to não revelou a carne e o sangue, mas meu Pai, que está nos céus.
Pois também eu te digo que tu és Pedro, e sobre esta pedra edificarei a minha igreja, e as portas do inferno não prevalecerão contra ela; (Mateus 16:15-18)
Quem dizem que eu sou?
Vemos diferentes cosmovisões. A resposta de Pedro empolga Jesus, pois algumas revelações acabam por destravar outras: Tu és Pedro e sobre esta pedra edificarei… Neste momento, Jesus concede uma identidade apostólica a Pedro, que compõe os fundamentos do apostolado.
A revelação da identidade ministerial, faz parte do processo da construção da igreja. Portanto, não se trata do que fazemos, mas do que somos, vocacionalmente, chamados para fazer.
Veja o que Jesus diz: Sobre esta rocha, edificarei, ou seja, sobre essa revelação, a igreja será edificada.
Ainda: as portas do inferno não prevalecerão. Isso significa que apenas a igreja pode parar a atuação do inimigo. O bom combate ocorre junto às portas da cidade.
Jesus deixa claro que estamos em uma rota de colisão com barreiras e resistências espirituais, não filosóficas. Os portões de inferno possuem trancas e prisões. Quantos não estão entenebrecidos por sofismas, que encarceram o pensamento humano, colocando as pessoas em rota de colisão com a sabedoria e o propósito de Deus? São conceitos de prisões espirituais. Lembra-se da mulher que andava encurvada, sem conseguir se endireitar? Jesus diz:
Sendo assim, por qual motivo não se deveria libertar, em dia de sábado, esta mulher, uma filha de Abraão, a quem Satanás escravizava por dezoito anos? (Lucas 13:16)
Há pessoas ideologicamente presas por sistemas malignos. Existem homens maus, mas há muitos enganados.
Como lidar com esses portões?
Jesus tece uma realidade, que precisamos enfrentar. Vemos que o versículo fala sobre “chaves”, que nos foram dadas. Isso significa que os portões do inferno não são arrombados, nem conquistados aos gritos. Existem chaves para abri-los. Nós não devemos entrar em rota de colisão com as trevas, para destruir portas. Essa conquista não é por força, não é algo que iremos arrancar do inferno. Jesus já fez isso. Quando Ele morreu, desceu ao hades, pisou a cabeça da serpente e tomou as chaves da sua casa.
E o que vivo e fui morto, mas eis aqui estou vivo para todo o sempre. Amém. E tenho as chaves da morte e do inferno. (Apocalipse 1:18)
Logo, passaremos por esses portões, usando as exatas chaves que Jesus nos entregou. Não entramos em confronto com o inferno, mas recebemos de Deus essas chaves de acesso.
Pensando na dinâmica de uma chave, ela precisa ter o formato exato, para abrir cada porta. Jesus nos explica que o formato da chave é a unidade, em concordância.
E eu te darei as chaves do reino dos céus; e tudo o que ligares na terra será ligado nos céus, e tudo o que desligares na terra será desligado nos céus. (Mateus 16:19)
E ainda:
Não oro somente por estes discípulos, mas igualmente por aqueles que vierem a crer em mim, por intermédio da mensagem deles, para que todos sejam um, Pai, como Tu estás em mim e Eu em Ti. Que eles também estejam em nós, para que o mundo creia que Tu me enviaste.
Eu lhes tenho transferido a glória que me tens dado, para que sejam um, como nós o somos: Eu neles e Tu em mim, a fim de que sejam aperfeiçoados na unidade, para que o mundo conheça que Tu me enviaste e os amaste, como também amaste a mim. (João 17:20 – 23)
Jesus não exige perfeição a título de habilidade, mas Ele exige motivações corretas. Elas devem ser norteadas pela humildade e trabalhadas pelo exercício da piedade, pois a unidade só pode ser alcançada desta forma.
Veja a importância de cada pessoa ocupar o seu lugar certo, responder ao seu chamado e estar no seu elemento. Somos complementares, como peças de um quebra-cabeça, nos encaixamos para formar o quadro completo.
Se uma peça tentar ocupar o lugar errado, ela entrará em colapso com outra, ficará deslocada, acabará causando desavenças, se movendo por ciúmes, fazendo comparações, impedindo a unidade e a realização do propósito de maneira plena. Uma chave desconfigurada, não destranca os portões do inferno na cidade e na nação.
Na Venezuela e no Chile, a igreja recuou. Não podemos deixar que isso ocorra no Brasil. Precisamos achar nossos pontos de convergência.
Mas Eu, quando for levantado da terra, atrairei todas as pessoas para mim.” (João 12:32)
Esse é o ponto! Devemos ser uma igreja que se organiza vocacionalmente. Uma igreja corajosa e proativa, que age em virtude dos valores que agrega, em todos as esferas, inclusive sabendo lidar com a guerra das redes sociais.
Esta é a hora da convergência do mundo cristão, pela unidade e prosperidade mútua. Devemos entender o espírito da guerra e combater o bom combate da fé.
Transcrito por Vanessa Ribeiro

Marcos de Souza Borges (Coty) – Apaixonado por Jesus, comprometido com o discipulado dessa geração e o bem estar social, econômico e político do Brasil. Diretor da base da Jocum em Almirante Tamandaré, idealizador da EIFOL (Escola Integral de Formação de Libertadores), Diretor da Editora Jocum, Missionário e escritor – com mais de 14 títulos publicados.
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