Na continuação dessa série de artigos vemos que a cidade de Babilônia ataca a cidade de Jerusalém. A cidade do erro atacando a cidade de Deus. E Jerusalém cai e seu povo é raptado, sequestrado e escravizado por ímpios em outro país.
Todos nós, em algum momento de nossas vidas, já ouvimos palavras assim: “se Deus é tão bom por que existe o erro, a mentira, o pecado? Por que o mal parece triunfar sempre sobre o bem? Se Deus é tão bom por que pessoas boas, honestas, inteligentes adquirem um câncer e ficam numa UTI até morrerem? Por que pessoas trabalhadoras e empreendedoras vão a falência e ficam pobres”?
Se Deus é tão bom por que isso…ou por que aquilo? Etc e etc…
Não é assim que todos nós já ouvimos alguma vez? Por que será que aos nossos olhos humanos o mal parece estar sempre no trono?
James Russel Lowell (1819-1891), poeta, crítico, escritor e diplomata americano disse assim: “A verdade está sempre no cadafalso; o erro sempre no trono”.
Em Daniel 1: 3-5, o próprio rei Nabucodonosor pede para ser trazido até à presença dele rapazes da família real e da nobreza de Jerusalém. Fica claro nesses três versos que Daniel e seus três amigos passariam por um processo de ACULTURAÇÃO, que é o processo de modificação cultural de um indivíduo se adaptando a uma outra cultura e internalizando traços significativos da nova cultura.

O que o Rei Nabucodonosor queria com isso? Queria modificar a percepção de Daniel e seus amigos sobre a Babilônia; influenciá-los no modo de pensar babilônico; educa-los na cultura babilônica, para depois servirem ao Rei e mais tarde fazê-los voltar a Israel para governarem em nome da Babilônia, em nome de Nabucodonosor.
Isso é muito comum até os nossos dias pessoal. Roma (Império Romano) fez isso em larga escala. A Rússia fez isso com diversos países do leste europeu e também com o Afeganistão. Jovens eram levados para Moscou para serem educados e doutrinados em instituições de ensino especiais onde aprendiam a “filosofia” marxista, sobre o socialismo e sobre o comunismo. E, após um certo período de tempo eram enviados de volta pelo Kremlin aos seus respectivos países, para serem os novos governantes.
Processo de aculturação planejada e executada tecnicamente. Percebam que Daniel, Hananias, Misael e Azarias passaram por tudo isso e coisas bem piores. Eles aprenderam a língua, a cultura, a religião e foram educados em técnicas e ciências babilônicas de sua época. E para finalizar todo esse processo de lavagem cerebral, o Rei tentou mudar seus nomes, como está descrito no artigo anterior.
Mudar sua identidade, seu caráter e sua personalidade, no fim das contas queriam mudar a sua mente e a sua alma. Só que Daniel e seus amigos eram “vasos sagrados” e Nabucodonosor não contava com isso.
Mas o que o Brasil vive hoje não é quase a mesma coisa?
Uma sociedade extraordinariamente materialista ou, como disse o Professor Olavo, “o brasileiro é o povo mais ‘dinheirista’ do mundo”. Um povo dado ao sexo em demasia e moralmente decaída. Homens e mulheres levados pela emoção histérica. Um povo forçado e coagido a se conformar com toda a podridão que está aí estabelecida.
O envolvimento em grande escala com drogas, prostituição, bebedeiras, corrupção normatizada, confusão sobre sua identidade sexual, delírios de interpretação sobre a sociedade brasileira e sua política… e por fim, um homem que foi preso por condenação de alta corrupção por dezenas de juízes de primeira, segunda e terceira instâncias é liberto pelo STF pra concorrer à Presidência da República que ele mesmo foi preso por ter roubado e corrompido! E ainda por cima, o partido do sujeito que mais roubou o país vai receber R$ 503.000.000,00 desse fundo eleitoral pra bancar sua campanha (quinhentos e três milhões de reais)!
Enfim… isso é uma verdadeira canalhice com o povo brasileiro! E esse mesmo povo, infelizmente, não faz nada contra esse tribunal flagrantemente venal aos olhos de todos nós!
Voltando ao Livro de Daniel, faço uma outra pergunta: por que Deus começa o Livro de Daniel como uma história e não como uma profecia?
Na minha opinião, Deus sabia que nos tempos do fim não só o governo, mas uma parcela de sua própria sociedade tentaria de todas as formas fazer lavagem cerebral no seu povo. Deus não começa o Livro com profecias arrasadoras sobre o futuro, mas começa com um homem que foi sequestrado de sua família e levado para um outro reino inimigo de Israel cujo coração não estava nos conceitos “mágicos” e levianos daquela sociedade babilônica. Um homem que foi ensinado, educado e aculturado no país inimigo, mas ele (Daniel) não se deixou vencer.
Como disse JR Lowell, “há dois tipos de fraquezas, a que parte e a que verga”.
E Daniel e seus amigos não se partiram e nem se vergaram ao inimigo.
A nossa batalha não é contra o Oriente Médio, não é contra a Rússia, China ou Venezuela. Nossa guerra é e sempre será no campo da mente. Uma batalha para destruir e conquistar mentes e corações dos seres humanos. É uma guerra no seu intelecto e a batalha é no campo cultural e os objetos a serem conquistados serão a sua mente e a sua alma.
Aí está caros amigos a nossa guerra cultural de hoje em dia. A guerra cultural dos dias do fim.
Tudo será através das mídias sociais, televisão e internet. Violência, imoralidade e decadência sociocultural são os scripts diários nesses veículos de comunicação.
Cuidado com o que você coloca diante de seus olhos e ouvidos. Tudo ocorre segundo a agenda e estratégias gramscistas, marcuseanas e frankfurteanas para alterar de forma perniciosa o seu e o nosso processo de pensamento, percepção e julgamento da realidade que nos cerca.
O coração é o centro do intelecto. É o centro do processo de nossas emoções e centro do processo de pensamento, Provérbios 4:23 e 23:7 podem nos confirmar isso que acabo de escrever.
Para finalizar, o inimigo fará tudo que for possível através de todas as mídias disponíveis para corromper e alterar o nosso coração e, consequentemente, a nossa mente. A cultura é o maior campo de guerra que podemos imaginar nessa vida.
CUIDEMOS!!! “Assim, aquele que julga estar firme, cuide-se para que não caia”. (1Coríntios 10:12)
(Finalizarei no 3° e último artigo)
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João Carvalho (Colunista) – Economista pós graduado em gestão empresarial pelo CEFET-RJ
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