Existe um paradoxo na guerra cultural entre Ocidente e Oriente que muitos ainda não compreenderam e que veio à tona pela recente fala do Presidente Bolsonaro, chamando o Putin de “conservador”, o que causou estranheza em muita gente.
Para entender essa questão, é preciso conhecer o fundamento da doutrina marxista: a dialética. Segundo o prof. Olavo, a dialética é a arte de pensar duas coisas ao mesmo tempo. É por isso que o movimento revolucionário sempre sustenta um discurso interno e um outro, externo, que é muito diferente.
Tanto Putin, como Xi Jinping, são líderes extremamente conservadores. Sim. Vocês não entenderam errado. O conservadorismo é o posicionamento político daqueles que desejam CONSERVAR a ordem estabelecida. Dito isso, me respondam: qual é o maior objetivo do Partido Comunista depois que ele chega ao poder?
É se manter no poder! É conservar a ordem que eles construíram.
Sendo assim, o movimento revolucionário marxista atua por meio da dialética: mantendo uma postura interna (conservadora, que é conveniente aos seus interesses internos) e uma outra postura externamente (revolucionária, que é conveniente aos seus interesses externos).
Em outras palavras: eles incentivam tudo o que não presta na cultura dos seus adversários, enquanto bloqueiam toda e qualquer influência do progressismo na deles.

A revolução cultural, de Gramsci e da Escola de Frankfurt, surgiu como uma ferramenta da KGB para implodir o Ocidente por dentro, através da desestabilização de sua própria cultura e sociedade. É isso que Rússia e China vieram financiando por aqui nos últimos 100 anos: a castração da masculinidade, a brutalização das mulheres, o esfacelamento das famílias, a rebeldia dos jovens, a explosão da violência, o consumo de drogas, a demonização do cristianismo, o acirramento da luta de classes, a subversão da ordem, o relativismo da moral, o abandono das tradições…

Enquanto isso, do outro lado do mundo, a coisa é muito diferente e todo o país anda na linha como se estivesse num grande quartel-general. É claro, o veneno foi pensado para destruir o adversário e não para eles mesmos tomarem…

Pedro Delfino é especialista em História da Civilização Ocidental e História da Igreja Católica; autor do livro Mentalidade Atrasada, Nação Fracassada (que aborda temas como História, Filosofia e Política); do Curso de História Geral da Civilização Ocidental, do Curso de Excelência Catholica, do livro Via Sancta e é co-Fundador do Movimento Brasil Conservador.
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