É engraçado que nas conversas do dia a dia, encontramos muitas pessoas que reconhecem que o Brasil passa por uma crise e que o futuro da República é incerto. Mas quando se propõe algum tipo de intervenção para resolver essa crise, uma boa parte dessas pessoas desconversa, muitas vezes por medo de serem tachadas de radicais ou coisa parecida. Eu tenho menos preconceito em relação a uma possível intervenção. Por exemplo, eu sou totalmente a favor de uma intervenção divina para acabar logo com essa crise e que bote “esses vagabundos todos na cadeia, começando pelo STF”. Afinal, como cristão, eu confio em Deus e em sua sabedoria.
Contudo, quando falamos de outros tipos de intervenção, temos que pensar mais e fazer alguns cálculos. Recentemente, li que pelo menos 17 mil militares, de um total de aproximadamente 383 mil que estão na ativa, são petistas, sendo 5 mil lotados em unidades aqui em Brasília. Eu achei o número preocupante e resolvi fazer minha própria pesquisa para confirmar. Mas por que não ir um pouco mais além e verificar quantos dos militares atualmente em serviço ativo são filiados, não só ao PT, mas a todos os partidos que fazem parte do Foro de São Paulo? Aquela organização internacional que reúne partidos de esquerda para tentar implantar o comunismo na América Latina.
Os partidos brasileiros filiados ao Foro de São Paulo são o Partido dos Trabalhadores (PT), o Partido Democrático Trabalhista (PDT), o Partido Comunista do Brasil (PCdoB) e o Partido Comunista Brasileiro (PCB). Mas como descobrir quem é ou já foi filiado a esses partidos? Em primeiro lugar, é necessário entrar no site do Tribunal Superior Eleitoral (TSE) e baixar a relação de membros de cada partido. Depois, temos que entrar no Portal da Transparência e baixar a lista de militares engajados no serviço ativo. Com essas duas relações em mãos, é só fazer a conexão de uma lista com outra e tirar as próprias conclusões. Os links dos arquivos são esses:
Link para a relação de filiados aos partidos
Link para a relação de militares ativos
Antes de mais nada, é importante dizer que a presença de filiados a partidos comunistas nas Forças Armadas não deveria ser considerada inofensiva por qualquer cidadão bem-informado. Desde 1920, os comunistas do mundo inteiro passaram a focar parte de seus esforços na infiltração das Forças Armadas. Isso porque, naquele ano, a Internacional Comunista aprovou 21 condições que guiariam a atividade de praticamente todos os partidos comunistas ao longo do século XX. Particularmente importante para essa análise é a quarta condição, que dizia:
“O dever de propagar as ideias comunistas inclui a necessidade especial da propaganda persistente e sistemática nos exércitos. Nos lugares onde as leis de exceção proíbem essa agitação, ela deve ser realizada clandestinamente. Renunciar a essa tarefa equivale a trair o dever revolucionário e desmerecer a filiação à III Internacional”.
Ou seja, desde aquela época, os comunistas têm como “necessidade especial” a “propaganda persistente e sistemática nos exércitos”, mesmo quando as leis proíbem tal tipo de agitação. Desse modo, no mundo inteiro os comunistas buscaram se infiltrar nos exércitos nacionais como parte do plano de dominação e implantação do socialismo. No caso do Brasil, não foi por acaso que militares conduzidos por um marginal chamado Luís Carlos Prestes se lançaram país adentro com uma proposta socialista já em 1924, no episódio conhecido como Coluna Prestes.
Também não foi por acaso que os militares alinhados ao movimento tenentista se puseram ao lado daquele outro marginal, Getúlio Vargas, para tomar o poder, no episódio conhecido como Revolução de 1930. Depois, em 1935, não foi por coincidência que militares dessa mesma laia tocaram o horror naquilo que é lembrado como Intentona Comunista, que deixou quase mil mortos em menos de uma semana de revolta. Novamente, no final de 1955, não foi muita surpresa quando o aloprado general Henrique Lott ensaiou um golpe contra o presidente interino Carlos Luz e instituiu um curto estado de sítio. E da mesma forma, parte dos problemas que culminaram com o contragolpe de 1964 partiu das Forças Armadas.
Poucos falam sobre isso, mas em setembro de 1963 houve uma rebelião em Brasília promovida por militares. Nesse episódio, cerca de seiscentos militares se rebelaram e tomaram o Departamento Federal de Segurança Pública, a Estação Central de Rádio Patrulha, o Departamento de Telefones Urbanos e Interurbanos, a Rádio Nacional e o Ministério da Marinha. Além disso, eles prenderam os presidentes em exercício do Supremo Tribunal Federal e da Câmara dos Deputados antes de serem derrotados por tropas do Exército. E mesmo durante o regime militar, esses militares comunistas também pegaram em armas e se aliaram aos terroristas para implantar o socialismo no Brasil, como foi o caso de Carlos Lamarca, que chegou a ser capitão antes de se juntar à guerrilha.
Ou seja, é preocupante que membros de partidos comunistas, ou alinhados aos seus princípios, façam parte das nossas Forças Armadas. Contudo, ao cruzar as bases do Portal da Transparência com a relação do TSE, descobrimos que o problema pode ser maior do que se imaginava. Basicamente, 30.438 militares da ativa podem estar filiados àqueles quatro partidos que fazem parte do Foro de São Paulo (PT, PDT, PCdoB e PCB), ou seja, 7,9% de todo o contingente. Desses, 24.400 são ou foram filiados ao PT, 3.600 filiados ao PCB ou ao PCdoB e 2.438 filiados ao PDT.
Quando à força da qual fazem parte, 17.700 seriam do Exército Brasileiro, 7.266 da Marinha do Brasil e 5.472 da Força Aérea Brasileira. Além disso, pelo menos 3.810 são oficiais, ou seja, ocupam cargos de liderança nas forças. O restante, 26.628, são praças, militares que vão desde alunos em escolas de formação até subtenentes e aspirantes. O mais impressionante é que 602 dos filiados a esses partidos podem estar ocupando postos equivalentes a tenente-coronel, coronel e general. Claro, é importante levar em consideração a possibilidade de haver homônimos na contagem, uma vez que os dados não são divulgados com o CPF ou algum indicador que individualize os militares. Contudo, foi tomado o cuidado de excluir duplicidades, sempre que o mesmo nome apareceu filiado a mais de um partido ao mesmo tempo.
A conclusão é que qualquer tipo de intervenção que eventualmente se forme deve levar em consideração que pode haver uma resistência, talvez desesperada, por parte desses militares. A história mostra que esse risco deve ser tratado com seriedade. A questão nem é se isso é possível, mas a probabilidade de que aconteça. Temos que considerar o que esses comunistas ativos nas Forças Armadas farão caso vejam os seus planos frustrados. Ou como usarão suas posições para direcionar qualquer intervenção que use o aparato militar na solução dessa crise.
Dito isso, não estou aqui a defender qualquer tipo de intervenção puramente militar. Creio que qualquer tipo de intervenção deve ser fundamentalmente popular, no sentido de contar com um número crítico de cidadãos que justifique moralmente sua execução. Além disso, essa intervenção deve ser amparada por valores conservadores e cristãos, de forma que seja para expandir e proteger melhor os princípios da vida, da liberdade e da propriedade, e não que os restrinja ou os prejudique de qualquer forma. E você, o que pensa sobre isso? É a favor de uma intervenção? Ou acha que as coisas vão se resolver com o tempo sem a necessidade de nenhuma ação nesse sentido? Deixe seus comentários abaixo e até o próximo artigo.

Henrique Guilherme (Colunista) É escritor e apresenta o programa O Patriota: A Voz da Resistência. Ele é economista, mestre em Administração Pública e hipnoterapeuta. Também é pós-graduado em Administração de Empresas, Biotecnologia, Matemática e História Militar. Guilherme é geek, patriota, de direita e, principalmente, cristão. Ele dedica sua vida a derrotar as forças do mal e criou a série de livros Guia do Patriota para ajudar todos aqueles que buscam fazer o mesmo.
E-mail: henrique.guilherme@relevante.news