Na última sexta-feira (11) foi aprovado, na Argentina, o projeto de lei que prevê a legalização do aborto até a 14º semana de gestação. Em votação na câmara dos deputados, os resultados se deram após 20 horas de discursos e debates entre bancadas e ficaram divididos em 131 votos favoráveis, 117 contra e seis abstenções, totalizando 254 votantes e garantindo a vitória da aprovação pela Câmara.

No entanto, o projeto, que recebe o apoio do presidente argentino, Alberto Fernández, ainda será enviado ao Senado a fim de selar, ou não, a aprovação. Enquanto alguns temem a segunda votação, outros têm a esperança de que a decisão seja revogada, tendo em vista que há dois anos a Casa rejeitou um projeto similar mesmo depois de ter sido aprovado pela câmara com 129 votos favoráveis, 125 contra e uma abstenção.

Do lado de fora do parlamento, manifestantes de ambos os lados, conservadoras e liberais, partilhavam de muita tensão à espera dos resultados. A multidão era composta, majoritariamente, por mulheres, que fizeram vigília em frente ao congresso e manifestaram sua torcida através das cores verde e azul.

O verde é símbolo da campanha anti-vida (a favor da descriminalização do aborto) e foi usado em cartazes, faixas, bandeira, tambores e acessórios, enquanto o azul representou o movimento pró-vida (contra a legalização do aborto) com bandeiras, faixas e cartazes. Foi feita uma barreira para separar as manifestantes de cada polo e não houve confronto ou tentativa de invasão em ambos os lado.

Muito foi questionada a postura do Papa Francisco em relação à aprovação, pois, além de não se manifestar, não usou de sua influência para disseminar a visão cristã acerca do aborto em seu país natal, dando a entender que é complacente com a ideia. Não é novidade que o chefe supremo da Igreja Católica vem sendo “cancelado”, como diz a oposição, por algumas posturas duvidosas vindas de um cristão.

Ainda não há previsão para a votação no Senado. Sendo assim, não há um veredito, como estão dizendo os esquerdistas imbuídos de seu sentimentalismo.
por Jordana Fernandes