Li num veículo de circulação nacional numa coluna assinada, uma insinuação de “passeio” feito à Europa com dinheiro público, levando esposa e convidados, feito pelo comandante da Marinha do Brasil. Fui apurar, fiz o que poucos fazem, até porque tenho medalha de amigo da Marinha desde 2009 e me dedico de forma patriótica às suas missões dentro da minha modesta possibilidade de cidadão brasileiro.
Como tudo é público, descobri que o Almirante Almir Garnier, acompanhado da sua esposa que era convidada institucional, decolou na sexta à tarde após expediente, de Brasília, juntamente com o seu chefe de gabinete, o chefe de comunicação da Marinha, o ajudante de ordens e o ajudante militar, eram seis pessoas da comitiva oficial, além de pilotos é claro.
Destino Itália para as comemorações da FAB, em Monte Castelo. Sábado e Domingo compromissos oficiais, decolando na segunda para a Turquia, convidado do Governo Turco, que busca acordos militares estratégicos com a Marinha do Brasil, na volta uma escala técnica já final de tarde em Portugual para descanso da tripulação e reabastecimento, dia seguinte cedo Cabo Verde para visita técnica à Guarda Costeira de Cabo Verde, retornando dia seguinte ao Brasil.
Qualquer dirigente de qualquer instituição na condição de seu representante maior, está propenso a ter que desempenhar compromissos protocolares, visitas, viagens, quer sejam regionais, nacionais ou internacionais, com objetivo de crescimento, melhorias, intercâmbios técnicos, e até eventos comemorativos, congressos, encontros de negócios etc.
Isso é o corriqueiro, o normal, em muitas destas situações, a presença da esposa é requerida e em outras até obrigatória. Um comandante de Força Armada de um país, seja ele de que dimensão for tem uma liturgia do cargo, e as cumpre por determinação e não por escolha pessoal. Qualquer viajante, por mais iniciante que seja sabe que não se consegue em tão curto espaço de tempo cumprir esta agenda se a locomoção for feita com aeronave comercial, e poucos se arriscariam a fazê-la num avião pequeno que necessita de reabastecimento de 4 em 4 horas, para conseguir cumpri-la num tempo que lhe permita voltar para as responsabilidades diárias do seu comando.
Não é necessário nem recorrer a pesquisas, perguntem a qualquer brasileiro o que acham? Como vê? O que sente pelas Forças Armadas do nosso país e a esmagadora maioria responderá: sérios, cumpridores de suas obrigações, sentimos orgulho dos nossos militares e suas instituições.
Em nome de todos estes brasileiros, escrevo humildemente aqui da Bahia, afirmando como cidadão, é vergonhoso e afrontoso, um verdadeiro desserviço a Nação e a democracia, tentar manchar a reputação de um Marinheiro que se sustenta por toda sua vida, no lastro da decência, da dignidade, do trabalho sério e respeitado. Bravo Zulo Almirante Almir Garnier, missão bem cumprida e com absoluto sucesso.
Marcelo Sacramento de Araújo
Advogado e empresário, amigo da Marinha do Brasil desde 2009