Duas igrejas católicas do Chile vieram abaixo em meio a protestos de esquerda esta semana. Aparentemente, são apenas duas igrejas sendo destruídas enquanto os manifestantes comemoram e pularam de alegria sobre as suas ruínas, mas, no fundo, eles estavam celebrando a queda de outra coisa, de algo muito maior: a queda da civilização.
Quem tiver olhos para ver que veja: Fustel de Coulanges, historiador francês, já havia reconhecido no livro A Cidade Antiga que as religiões são o elemento fundacional de qualquer civilização. Logo, para se destruir uma civilização, é preciso destruir primeiro a fé das pessoas, aquele conjunto de práticas que dão unidade cultural a um povo e em volta do qual todo o resto se arruma.
Após a queda do Império Romano, a Europa se dividiu em milhares de reinos minúsculos, que não tinham nada em comum e nem falavam o mesmo idioma. A única coisa que serviu como a “cola” necessária para segurar essas pequenas partes do continente num senso de unidade foi a fé cristã, preservada e difundida bravamente pela Igreja contra os invasores bárbaros.
Hoje, porém, a Igreja escanteada tenta sobreviver aos ataques da sua filha, que cresceu, rebelou-se e virou-se contra ela culpando-a por todas as suas mazelas. “Para salvar a civilização precisamos destruir a religião!” – dizem eles – sem perceber que, sem uma, nem haveria a outra!
Quem poderá deter a força da ignorância, que passa como um tornado destruindo o que está pela frente dessa forma? Edmund Burke já dizia: construir dá trabalho, mas para destruir leva apenas 5 minutos.
Os tempos atuais, em que vivemos, são esses 5 minutos de cegueira, em que as pessoas agem sem medida das consequências e levam abaixo aquilo que levou milênios para ser levantado. A pergunta que fica, então, é: quando passarem esses 5 minutos, quando a sociedade resolver despertar do coma intelectual do qual padece e, enfim, puder olhar à sua volta, terá sobrado alguma coisa de pé ou estaremos novamente em meio aos bárbaros, tendo que recomeçar do zero?

Pedro Delfino é especialista em História da Civilização Ocidental e História da Igreja Católica; autor do livro Mentalidade Atrasada, Nação Fracassada (que aborda temas como História, Filosofia e Política); do Curso de História Geral da Civilização Ocidental, do Curso de Excelência Catholica, do livro Via Sancta e é co-Fundador do Movimento Brasil Conservador.
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