A Psicose Brasileira (parte 1)

Ao longo do ano de 2021 todo o Brasil assistiu diversos artistas globais chorarem e se emocionarem por terem se vacinado com um medicamento sem comprovação de eficácia e ainda experimental (até hoje). Várias pessoas no Brasil inteiro agiram da mesma forma que estes artistas: chorando, gritando de felicidade, cantando, filmando, fotografando e postando em todos os canais de comunicação que a pessoa possui.

O que ficou claro para mim foi o nível de histeria espalhada em nível nacional. Mas, pior que isso é o grau de psicose que o brasileiro está vivendo atualmente, infelizmente.

Assim como Freud é o pai da psicanálise, Gustave Le Bon é o pai da psicologia social e disse assim:

“As massas nunca tiveram sede da verdade. Elas se afastam das evidências que não são do seu gosto, preferindo deificar o erro caso esse erro as seduza. Quem quer que lhes possa fornecer ilusões, é facilmente o seu senhor. E quem tentar destruir suas ilusões torna-se uma vítima nas mãos deles”.

Gustave Le Bon

O povo brasileiro se tornou uma espécie de especialista em tudo sobre política, economia, religião, sociedade, medicina etc. Tornou-se um robô cheio de opiniões advindas de outras “opiniões”, na maioria das vezes opiniões idiotas da tv, youtube e outras mídias sociais. As opiniões que mais seduzirem a pessoa, esta será a opinião adotada pelo povão.

Segundo Carl Gustav Jüng,

“a maior ameaça à civilização não está nas forças da natureza nem em qualquer doença física, mas em nossa incapacidade de lidar com as forças de nossa própria psique. E com isso nos tornamos o maior e pior inimigo de nós mesmos”.

Carl Gustav Jüng

“O homem é o lobo do homem”, tal afirmação de Thomas Hobbes, a qual eu não concordo, é para Jüng uma afirmação altruística muito triste, mas eterna. Em seu livro “Civilização em Trânsito”, Jüng percebe a tendência do homem em ser semelhante a um lobo (predador/assassino) quando nos momentos da história a doença mental se torna a norma ao invés da exceção.

No momento em que isso ocorre numa sociedade, Jüng identificou e nomeou tal fenômeno de “Epidemia Psíquica”. Jüng diz assim em seu livro:

“Não é a fome nem os terremotos, nem os micróbios, nem o câncer, mas o próprio homem que é o maior perigo para o próprio homem. E isso ocorre pelo simples fato de que não há proteção adequada para epidemias psíquicas, que são infinitamente mais devastadoras do que as piores catástrofes naturais”.

Ainda nesse grande pensador e cientista, Jüng em seu outro livro “A Vida Simbólica”, diz:

“Uma psicose em massa é uma epidemia de loucura e ocorre quando uma grande quantidade de pessoas numa sociedade perde o contato com a realidade e cai em delírios. E esse fenômeno não é uma coisa de ficção”.

Dois exemplos de psicoses em massa foram a “caça às bruxas” nos EUA e na Europa nos séculos XVI e XVII e a ascensão de diversas doutrinas e ideologias totalitárias nos séculos XIX e XX. Sem contar com a Revolução Francesa, Séc. XVIII, 1789, onde só no primeiro ano de Revolução foram assassinadas bem mais de duzentas mil pessoas. Tudo por uma ilusão de liberdade, igualdade e fraternidade. É muito sangue para justificar tais ideologias iluministas, não acham?

Mas, voltando à caça às bruxas, houve casos em que aldeias inteiras na Suíça tiveram suas mulheres exterminadas, banidas ou presas, não por terem cometido algum crime em específico, mas porque se tornaram “bodes expiatórios” de sociedades enlouquecidas.

Quando uma sociedade qualquer entra nesse estado de psicose em massa os resultados são devastadores e demoníacos. Quando Jüng estudou esse tema e buscou por essas sociedades em estado de psicose, ele observou que os indivíduos se tornaram moral e espiritualmente inferiores. Tais indivíduos caem inconscientemente para níveis intelectuais cada vez mais rasos, tornando-se irracionais, irresponsáveis, passionais, erráticos e emotivos em excesso, portanto, são pessoas nem um pouco confiáveis. O pior é que essas pessoas acabam por cometer crimes tão hediondos que se estivessem sozinhas jamais suportariam pensar sobre tais atos. Ao passo que estando inseridas em grupos histericamente enlouquecidos acabam por cometer crimes indescritíveis, pois estão “feridos” pela loucura da psicose em massa promovidas por ideologias pseudo messiânicas que prometem “um mundo melhor” e “um novo homem”, como o Iluminismo, o Positivismo, juntamente com seus filhotes bastardos, a saber, o Comunismo, o Nazismo e o Fascismo.

O grande problema é que todas as pessoas acometidas pela psicose em massa não têm ideia do que está ocorrendo em sua mente e nem sabe o que se passa ao seu redor. Afinal de contas nenhum louco tem consciência de sua loucura, não é mesmo? Nenhuma pessoa enlouquecida consegue sair de sua própria mente e se observar e julgar a si mesma em seus erros ao longo do caminho. Óbvio, não? Logo, o estado de psicose em massa torna impossível de ser observado pelos integrantes dessa loucura coletiva, certo?

Mas, de onde vem essa psicose em massa?

(resposta na parte 2 deste artigo)

Brasil, acorde!!!      

João Carvalho (Colunista) – Economista pós graduado em gestão empresarial pelo CEFET-RJ e Jornalista (0013491/DF)
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