7 de setembro de 2022, escrevo hoje sobre esse dia, mas antes de chegar nele precisamos passar por acontecimentos que tiveram início nas décadas anteriores e se estenderam até os dias de hoje.
A Guerra Fria foi um evento político-ideológico, que teve início em 1947, logo após o fim da Segunda Guerra Mundial. Foi marcado pela invasão do Comunismo em diversos países. Stalin que deu continuidade a revolução socialista de Lênin que já havia tomado mais de 15 países, formando assim, a União das Repúblicas Socialistas Soviéticas (URSS).
É importante entender que o Comunismo nunca foi um sistema implantado democraticamente, ele chegou em diversos países que foram tomados, através de guerra e corrupção.
A briga pela tomada de poder causou inúmeros conflitos, fez com que os soviéticos construíssem os Gulags (campos de concentração de prisioneiros) e causassem o Holodomor (o genocídio de mais de 15 milhões de ucranianos dizimados pela fome), também causou a divisão da Alemanha, com a construção do Muro de Berlim, separando o lado ocidental (capitalista) e oriental tomado pelo comunismo soviético, que fuzilava, prendia e torturava quem tentasse fugir e foi responsável pela Guerra entre a Coréia do Norte (armada pelos soviéticos e chineses) e a Coréia do Sul apoiada pelos EUA.

As guerras e invasões socialistas/comunistas estavam se espalhando por diversos países, até que Fidel Castro tomou Cuba e se juntou a aliança soviética.
Em 1922 foi fundado o Partido Comunista Brasileiro (PCB). Luis Carlos Prestes volta da União Soviética com o objetivo de um golpe revolucionário, seu projeto fracassa, ele é preso e o PCB tem o registro cassado. O Brasil rompe relações com a União Soviética.
As políticas de esquerda começam a avançar no Brasil e a população começa a se mobilizar contra. Jânio Quadros, figura emblemática na política nacional vence as eleições, se reaproxima da União Soviética, estreitando laços com a China e condecora o Guerrilheiro Terrorista Comunista Che Guevara. Após um escândalo Jânio Quadros renuncia. Quem assume a presidência é seu vice, João Goulart (Jango).
Jango possuía inclinações claras as políticas de esquerda e começou a implementar políticas intervencionistas que fizeram a inflação brasileira atingir 100% ao ano.
Nessa época, grupos de guerrilha já faziam parte do território brasileiro, treinando outros grupos locais, assim nasceu um dos grupos mais conhecidos da atualidade, o MST (Movimento dos Sem Terra).
A agitação popular começou a tomar proporções gigantes, manifestações e greves se espalhavam pelo país. Em 1964 brasileiros foram às ruas na maior manifestação pública da história brasileira da época.
A manifestação foi chamada de “Marcha da Família com Deus pela Liberdade”.

A marcha reuniu meio milhão de pessoas na Praça da República em São Paulo, brasileiros vestindo verde e amarelo, portando bandeiras do Brasil, cantando em coro o Hino Nacional e conclamando “viva a democracia”. A população se dirigiu à Praça da Sé, tomando cada milímetro do espaço local e das escadarias da Catedral.
A Marcha foi uma ampla frente de grupos de direita e conservadores que diante dos perigos socialistas/comunistas convocavam a sociedade a defenderem a Família, a Pátria, a Democracia, a Constituição e a Religião.
As manifestações começaram a tomar o Brasil que se estenderam ao longo do ano, estima-se que mais de 69 Marchas aconteceram entre 19 de março e 01 de junho de 1964.
A esquerda passou a reduzir a grandiosidade do que estava acontecendo bem como sua importância. Se referiam a marcha que reuniu famílias, movimentos liderados por mulheres, movimentos cristãos, homens e também políticos, como movimento “burguês” liderado pela “classe média”.
Em 18 de maio, foi publicado na Folha de São Paulo uma convocação para a Marcha que contou com a assinatura de 34 entidades. Encabeçada pela União Cívica Feminina (UCF) e pelo Movimento de Arregimentação Feminina (MAF), a lista, reuniu um número expressivo de associações femininas e incluía também grupos cristãos, católicos, evangélicos, presbiterianos, organizações anticomunistas e grupos de estudantes.
“O nosso direito de amar a Deus, e a liberdade e a dignidade de nossos maridos, filhos e irmãos, estão ameaçados pelos comunistas, primários em seus instintos e brutos em seus sentimentos. Eles se acham em plena marcha para submeter o Brasil à escravidão da sua ditadura retrógrada, anti-humana, anti-cristã e fracassada na quase faminta Rússia e na faminta China. Explorando condições difíceis que eles próprios ajudaram artificialmente a criar neste País da Esperança e do Futuro, os comunistas, altamente acumpliciados, preparam-se para o assalto final às Igrejas de todos os credos e a todas as liberdades de todos os cidadãos. (…) Vamos para as ruas, antes que os inimigos cheguem às nossas Igrejas! Compareça à “Grande Marcha da Família com Deus pela Liberdade” que será realizada dia 19, partindo Às 16 horas da Praça da República para a Praça da Sé.”
Nessa mesma época um texto publicado alertava:
“Alguém te dirá um dia, porventura, que a revolução brasileira de 31 de março de 1964 foi uma arrancada de ricos contra pobres, de patrões contra operários. Por este livro saberás o quanto isso é falso. A revolução autêntica não se deu a 31 de março, mas a 19 de março. Foi tua mãe quem a fez, pensando em ti, para que tu continuasses livre e em regime de livre iniciativa pudesses construir o futuro esplendoroso do grande Brasil de amanhã.”
A população amedrontada pela expansão comunista, estava sendo esmagada por políticas de esquerda que deixavam a economia brasileira à beira do colapso, o país sofria uma das suas maiores crises com inflação alta e ameaças de guerra civil.
Muito aconteceu, o socialismo não alcançou o poder, mas seguiu por outro caminho, através do método Gramscista de Hegemonia Cultural, foi se infiltrando através da cultura e dos costumes da população.
Enquanto Marx acreditava na implantação do socialismo através da luta de classes, Stalin e Lenin pela revolução armada, Gramsci acreditava que a tomada de poder deveria ser através da mudança profunda na cultura social, destruindo crenças e tradições ser criada uma “nova cultura”.
Os partidos socialistas/comunistas travestidos de democráticos, fariam alianças entre si e ocupariam postos importantes da sociedade (Meios artísticos e imprensas, meios acadêmicos, sindicatos, igrejas, poderes executivo, legislativo e o judiciário), chegariam assim na fase hegemônica, onde o intenso trabalho de doutrinação, transformaria a cultura, as crenças e modificaria a moral da sociedade, os novos costumes e comportamentos substituiriam os comportamentos já existentes, chegando então à tomada do poder, sem que a sociedade tivesse capacidade de percepção e reação.
No Brasil os ensinamentos Gramscistas foram trazidos na década de 60 e passou a ser difundido por intelectuais de esquerda, se espalhou rapidamente nas universidades, na mídia e inclusive nas igrejas. O professor e filósofo Olavo de Carvalho, nos alertou quando sequer imaginávamos o que era o Foro de São Paulo, a maior organização de partidos políticos de esquerda da América Latina, criada por Lula e Fidel Castro na década de 90, com o intuito de alinhar os governos de esquerda em todo o mundo, implementando em cada um deles seus ideais socialistas.
Em 2003 Lula foi eleito Presidente, foi a oportunidade para o aparelhamento de entidades ainda “inalcançáveis”, legislativo, executivo e judiciário, incluindo os tribunais superiores. Porém, já no primeiro ano de governo, começaram os escândalos de corrupção. Dentre os maiores escândalos que o país já teve, o PT e seus “cabeças” estiveram envolvidos e à frente de todos eles.
O que era para ser a perpetuação do poder teve uma interrupção inesperada.
Através de manifestações populares, a primeira PresidentA mulher caiu pelos crimes de corrupção e em 2018 indo contra o que toda a esquerda acreditava, Jair Bolsonaro foi eleito presidente, era o socialismo mais uma vez chutando a bola na trave do gol.
Bolsonaro, o presidente mais perseguido da história do Brasil, não só abalou as estruturas de um mecanismo fortemente armado, como mexeu com todos que dele fazem parte, cortou regalias pagas com dinheiro público para a imprensa e artistas militantes, bateu de frente com aqueles que levaram para dentro das escolas temas como ideologia de gênero, defendeu a vida, sendo totalmente contra o assassinato intrauterino, teve em seu governo as maiores apreensões de drogas e queda drástica em homicídios, prezou pela segurança da população incentivando a posse e o porte de armas, a história do mundo nos prova que apenas poderes totalitários desarmam sua população e dessa forma, tomam o poder.
Foi contra medidas autoritárias que praticamente todos os líderes mundiais impuseram para seus povos, diante da mais absurda pandemia que já existiu, defendendo a liberdade e visando antecipadamente o colapso da economia com as políticas do “fica em casa”.
A menos de 30 dias das eleições, no dia 7 de setembro de 2022, milhares de brasileiros foram para as ruas, registrando as maiores e mais históricas manifestações já registradas no país. Foram mais de 13 quarteirões lotados na Avenida Paulista, a maior concentração de público que existiu na Esplanada dos Ministérios em Brasília, sem falar na Orla de Copacabana no Rio de Janeiro que reuniu mais público que no Réveillon mais famoso do país.
Além das principais cidades, ocorreram manifestações em outras capitais e cidades interioranas. Novamente, utilizando a mais antiga das técnicas socialistas, a mídia e opositores ao governo, inventaram narrativas, distorceram fatos e minimizam a imensidão dos atos desse dia.
Após anos se infiltrando na sociedade e dominando os mais altos cargos, chegou a hora da fase final idealizada por Antônio Gramsci, a tomada de poder sem que a população tenha condições de reagir, ou ao menos uma boa parte dela, aqueles que desconhece a história do seu país, quiçá do mundo, que foram envenenados com uma cultura degradante e que creem que precisam do estado cuidando de suas vidas sem se darem conta que em todos os lugares do nosso globo, cuidados do estado exigem aquilo de mais precioso que a humanidade já conquistou, a liberdade!
As manifestações de 7 de setembro de 2022, foram assim como as de 19 de março de 1964, um grito que a muito estava sufocado na garganta da população brasileira, um grito clamando pela valorização dos pilares essenciais da sociedade, dezenas de milhares de pessoas foram às ruas em defesa de Deus, Pátria, Família e Liberdade, esse é o grito de quem tem real noção do caminho para qual estamos indo.
Av. Paulista, São Paulo (SP) Praia de Copacabana, Rio de Janeiro (RJ) Esplanada dos Ministérios, Brasília (DF)
Temos em nossas mãos a missão de barrar novamente o socialismo, que dessa vez promete chegar sem delongas, para concluir a fase final do projeto mais importante que esses líderes com suas idades avançadas passaram a vida inteira arquitetando, eles já não têm mais tempo, é agora ou imediatamente.
No “7 de setembro”, estive na Paulista e uma cena me tocou de uma forma inimaginável. Meio a uma aglomeração difícil de transitar, surgiu um grupo que abria caminho para uma idosa com cerca de 90 anos (ou mais), ela vestia as cores da nossa bandeira, mas o que chamou a minha atenção foi que essa senhora usava um andador, imediatamente puxei meu marido para o lado, abrindo espaço para que eles pudessem passar, de repente, todas as pessoas em volta foram abrindo passagem, esta senhora, já com dificuldade de andar, poderia estar em casa, assistindo um filme, com seus netos e provavelmente bisnetos, ela não precisaria estar alí, a luta dela nunca será para ela e essa é a maior demonstração de altruísmo que um ser humano pode ter, a de lutar pelos que ficam. Quando ela passou, todo o público se voltou para essa cena e o local foi tomado por uma explosão de aplausos.
Eu não sei quem é essa senhora, mas gostaria de agradecê-la por ter proporcionado a mim o momento mais emocionante desse dia, onde quer que ela esteja, quero que saiba que a sua atitude, de coragem, força e honradez seguirão no meu coração pelo resto da vida, você é um exemplo, o símbolo do dia em que milhares de pessoas foram as ruas lutar pelo futuro dos que ficam.
Demandará tempo para organizarmos a bagunça deixada por essa ideologia, mas resgataremos os valores necessários para mudar o futuro da nossa nação!
Nunca foi tão absurdamente clara a missão que temos em nossas mãos!


Tay Pellegrini, esposa, mãe e empresária. Atua no setor jurídico e por longos anos foi da área farmacêutica. Conservadora, cristã, patriota, pró-vida, à favor da liberdade! Sonha em contribuir com a restauração dos valores e da cultura perdida nas últimas décadas.
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